Lotação: 6 leitores em pé e 4 sentados


10.10.11

Finalmente

Quem me conhece sabe, adoro esportes. Qualquer um me interessa, de cuspe a distância até as duas paixões que divido: basquete e futebol. Esta foi minha terceira visita aos Estados Unidos, na minha opinião um dos melhores países para se assistir uma partida ou competição de qualquer esporte. Nas duas primeiras acabei, por falta de oportunidade, azar ou prioridades, não assistindo nenhuma. Depois de alguns emails trocados com o Gordo e a Camila* [http://eulivreleve.blogspot.com], alguns meses antes de viajar, as datas coincidiram e dessa vez deu certo. Foram 3 jogos ao todo, hockey, futebol americano e beisebol.

A compra de ingressos é feita online mesmo, bem fácil, basta ir aos sites dos times que logo se acha o link para adquirir. A dica que eu falei ali em cima é o http://www.stubhub.com, um site onde quem comprou ingressos para a temporada toda, e não pode ir a um jogo em especial, disponibiliza por um preço mais barato. Conseguimos ótimos lugares para assistir Seattle Marines contra os Oakland Athletics, no Safeco Field,  comprando nele, tudo online como de costume. E garantido. Os outros dois ingressos, Seattle Thunderbirds x Portland Winterhawks, no ShoWare Center, pela liga júnior de hockey e Seattle Mariners x Arizona Cardinals pela NFL na Century Link Arena, foram comprados diretamente pelo site credenciado deles. Em todos, nenhum problema com a compra e uso das entradas.

Em todos os três eventos, a organização foi sempre impecável. O primeiro jogo foi de hockey, numa cidade pequena chamada Kent, perto de Seattle. Chegamos com uma certa antecedência, cerca de 1h antes do jogo, mas para tomar umas cervejas antes de entrar no estádio. Se tem uma coisa que é cara nos EUA é a alimentação dentro dos estádios. Em alguns casos, beira o triplo do preço normal de bares e restaurantes locais. Este talvez seja o único "contra" desse tipo de programa que eu pude notar. Em uma caminhada pelos arredores do estádio à procura do bar já se pode notar a organização. As ruas estão desviadas e bem sinalizadas para o evento. Há estacionamento farto e pessoas orientando quem chega. No caso dos jogos maiores, quem orienta é a polícia. Na chegada ao estádio, de carro ou transporte público, fica bem fácil saber todo o caminho a percorrer até sentar no lugar marcado. Sim, em todos os jogos que fomos os lugares eram marcados. E não há grandes barreiras entre os diferentes setores [e preços] do estádio. Todos circulam por uma grande área comum, escadas e elevadores, de acordo com o lugar que precisam acessar. As grandes marcas de alimentos e bebidas, alcoólicas inclusive, estão presentes. Existem verdadeiras praças de alimentação nos estádios, localizadas nessa área que todos podem acessar sem problemas. Só notei controle dos fiscais no jogo de baseball, onde vários funcionários conferiam, aleatoriamente, se as pessoas estavam mesmo sentadas na cadeira que tinham comprado. Mesmo o jogo de hockey sendo de uma liga júnior e o estádio com capacidade menor, proporcionalmente, a organização era a mesma e o serviço dentro dele idem. No jogo de beisebol, tivemos um problema com os ingressos. Fomos prontamente atendidos por uma funcionária que nos acompanhou até o atendimento ao cliente, que rapidamente solucionou-o. Circulando pelo estádio logo se nota que a acessibilidade é uma preocupação. Tanto pra quem chega de cadeira de rodas ou com carrinhos de bebê, existem rampas e elevadores para facilitar a entrada. Sim, eles levam bebês para o estádio, tamanho o conforto e tranquilidade para assistir os jogos. Essa tranquilidade não dura muito tempo depois que o jogo começa, pois o sistema de som também está presente em todos os estádios, sempre agitando a torcida local. Durante os pedidos de tempo e intervalos, várias promoções e brincadeiras são feitas com a platéia. No jogo dos Seahawks uma guria ganhou 1 ano de coca zero grátis no estádio, no jogo de hockey foi sorteado um carro, entre outras tantas promoções que fizeram. Antes do jogo, sempre executam o hino nacional americano, sem a frescura que temos aqui de interpretação. Lá vale tudo, mudar o ritmo, guitarras, a capela, sem um pingo de desrespeito à Star and Stripes, apelido da bandeira americana.

Hockey - um jogo ágil, que prende a atenção de quem assiste praticamente o tempo todo. O puck [disco equivalente a bola no futebol] não sai nunca, o jogo só para por falta ou tempo. Naturalmente violento, há choques constantes e muito corpo a corpo. Apesar de receberem punição, é permitido aos jogadores brigarem. O juiz observa e a torcida vibra até que um dois "lutadores" caia no chão. Nesse momento são separados e cumprem 2 minutos de suspensão. Em uma das 5 brigas que aconteceram, o sistema de som do estádio tocou Eye of the Tiger, do Survivor, mais conhecida como tema de Rocky. Em contrapartida, todo mundo bebe álcool e não se vê nenhum sinal de violência na torcida, mesmo os torcedores da casa estando sentados lado a lado com os visitantes.




Futebol Americano - semelhante ao hockey no quesito agilidade e vigor. Dois times de 11 jogadores precisam conquistar preciosos metros do campo [medidos em jardas] até chegarem no final dele, onde se marca pontos. Há possibilidade de chutar também, embora o valor de pontos por "gol" seja menor do que se chegar com a bola no final do campo. Apesar da torcida da casa ser bem maior, como no hockey, todos sentam e assistem a partida juntos, sem nenhum tumulto. Mesmo com algumas flautinhas, tudo é levado na esportiva. E com respeito. Testemunhamos um torcedor dos Seahawks cumprimentar dois torcedores dos Cardinals, sentados atrás dele, pelo touchdown do time deles. Fair play maravilhoso pra quem gosta de esporte.



Beisebol - Não vá assistir um jogo desse esporte esperando emoção. Talvez por estar acostumado com futebol e basquete, onde a adrenalina corre mais solta, esta tenha sido a minha primeira impressão. Obviamente a torcida vibra com as rebatidas e corridas, mas se levar em consideração as 3h30 que dura um jogo desses, o transcorrer é bem mais calmo, beirando à monotonia em alguns momentos. Mesmo assim, eu e o Gordo gostamos do que vimos. Mesmo não sendo fã, vale, no mínimo, pela experiência.


Realmente foi uma experiência muito legal, recomendo muito. Mesmo para quem não é tão fã de esportes, vale a pena só pela pilha. Na próxima, a NBA não me escapa!


Saudações e até a volta.

*Graças a Camila, resolvi escrever mais que 140 caracteres de novo

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons