Lotação: 6 leitores em pé e 4 sentados


30.3.06


Crash, Boom, Pow, Bang...



Pegue uma porção de tiras, brancos, latinos e negros. Dois ladrões negros, dois receptadores brancos. Um promotor público, a mulher dele, brancos. Um diretor de cinema e a mulher dele, negros. Uma família iraniana, pai, mãe e filha, que alguns acham que são árabes, e sua loja. Um chaveiro, hispânico, assim como sua mulher e filhinha. Um chinês, sua mulher e orientais sortidos. Racismo, muito racismo. Bote tudo no liquidificador com sarcasmo e ironia a gosto, bata bem. Leve tudo às últimas consequências por duas horas. Polvilhe com um pouco de açúcar antes de servir, senão fica muito amargo.

Essa é minha receita pra tentar reproduzir o que vi na tela ontem. O milkshake étnico foi feito em Los Angeles, mas dá pra encontrar os ingredientes aqui mesmo em Porto Alegre. Esse Crash do título parece vir do choque diário dessas pessoas-ingredientes, dos seus problemas e da capacidade de transferir frustrações para uma outra, com a cor da pele diferente ou que fala outro idioma. De todos os cruzamentos, o melhor: O iraniano, sua loja arrombada, o chaveiro, o preconceito, a raiva, o amor e a família. Quem não chorou, engasgou.

O filme não apresenta conclusões, apenas nos mostra dois dias dessa realidade. Cada um que tire a sua depois. Recomendo.


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