publicado em 07/07/05
Pra quem não sabe, o Pampas Safari é um zoológico aqui perto, onde os bichos ficam soltos. Em São Paulo tinha o Simba Safari, variação sobre o mesmo tema. Eis que um guri pentelho chamado Daniel, eu, então com uns 10 anos, tanto encheu o saco que foi levado por seus pais para passear no tal Pampas Safari. O pai adorando a idéia e a mãe preocupada. Chegando lá, o cara da entrada nos cobra e faz as recomendações: "Mantenham a velocidade tal, não desçam do carro, mantenham as janelas 95% fechadas, não buzinem deliberadamente, bla bla bla...". E lá se vai o Fiatzinho 147 azul marinho, parque adentro. O pai se vangloriando da idéia e a mãe tensa. Não há feras no parque, somente uma bicharada mais light como camelos, lhamas, búfalos, cisnes, capivaras, flamingos, macacos e cervos. Totalmente sem graça para uma fera como Danielzinho. O pai curtindo a idéia e a mãe já relaxada com a constatação. E vai, anda por aqui, passa por ali, uma cuspida de camelo aqui, uma babada de lhama ali e o guri já querendo saber o que tinha pra comer. Nada aprovisionado no carro, falha na organização. A mãe sugere uma parada estratégica na "área de lazer" e uma visita a lanchonete. Pronto, libertaram a fera do carro. Bem alimentada e pronta para reconhecer o terreno, despista os captores e some. Agora consenso, pai e mãe preocupados. Andam de um lado para o outro atrás do filhote. Nada. Depois de uns 20 min procurando, pessoas começam a se aglomerar perto da caixa d'água que havia no local. 20m, uma minúscula escada, daquelas verticais, em forma de H, com difícil acesso aos primeiros degraus que ficavam MUITO altos. Meu pai, curioso, foi ver a bagunça e perguntou o que tava acontecendo. Alguém larga um "Tem uma criança lá em cima"... A essa altura já deu pra notar que era eu lá em cima, completamente cagado. Um por não conseguir coragem pra descer. Dois, pela cara dos meus progenitores lá embaixo. O pai tentando acalmar a mãe já desesperada. Tava alto, mas eu enxergava! Incrível como o medo nos dá olhos-de-lince. Nessa hora me senti famoso, tinha umas 50 pessoas na platéia. O pai subindo a escada e a mãe não sabendo se chora ou prepara a sova. Tudo acabou bem, desci com meu pai me protegendo enquanto tentava explicar como subi. Não me lembro se apanhei, acho que não. Mas também não me lembro de voltar no Pampas Safari...
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Lotação: 6 leitores em pé e 4 sentados
22.11.10
3.11.10
Cheirodiversidade
publicado em 20/04/05
É incrível a variedade de odores disponíveis na faixa de 5km da avenida Edvaldo Pereira Paiva, vulga Beira-Rio, entre 18h30 e 19h30. Saindo do Gasômetro, os primeiros 50m têm um cheiro de marofa característico dos admiradores-do-por-do-sol de plantão. Mais adiante, ao longo do primeiro km, é um mix de perfumes. Incrível, mas tem gente que se maquia e se perfuma pra ir correr ou caminhar. Na ponte do dilúvio, aquele coquetel de dejetos que passa embaixo exala um fedor horroroso. Ainda bem que a transição é rápida. Passando pela pista de skate, dependendo do vento, mais marofa. Seguindo em frente, um trecho meio inodoro até o Parque Gigante. Ali, a churrascaria Montana é uma provação. Um dia entro pra provar a picanha das 18h50, que deve ser suculenta e mal-passada. Logo adiante, o estômago quase vira e o apetite some. Animais em estado avançado de putrefação nos arbustos dão sentido a expressão: no pain, no gain! Lá no final, a Borreghard (atual Riocell) de vez em quando dá o ar da graça com aquele cheirinho característico. Na volta, inverte tudo, mas aí a rinite já tá funcionando e o olfato já não é mais o mesmo.
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