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21.3.07


Mano Famoso

Segue texto, publicado em Zero Hora, de um dos ilustres frequentadores deste espaço mequetrefe. Um dia eu chego lá.

JEFFERSON AZEVEDO TERRA*

O Morro Santa Teresa era e continua sendo o meu grande vizinho. Eu morava com meus pais no bairro Alto Teresópolis e todas as manhãs, quando abria a janela do quarto, lá estava ele, o grande e imponente Morro Santa Teresa.

De certa forma, o morro refletia tudo aquilo que a vida reservava do lado de fora de casa. Nas manhãs geladas do inverno gaúcho, por exemplo, o morro sumia diante da neblina assim como eu também sumia sob os cobertores da minha casa. Acho que todos deveriam ter vizinho assim, grandão, igual ao meu. Nos finais de ano, a decoração de Natal nas antenas das emissoras de televisão e o pisca-pisca das casas do morro faziam um espetáculo à parte. Assim, eu tinha duas árvores de Natal, uma em casa e outra na janela do meu quarto.

O tempo passou, casei, e fui morar na Avenida Padre Cacique em frente ao Parque Marinha do Brasil. Agora eu vejo a vida de outra forma, ou melhor, agora consigo ver pelo outro lado do morro. Percebo turistas que usam o morro como sacada para ver o pôr-do-sol. Minha esposa também acha o máximo observar as águas do Rio Guaíba pela janela da frente. Isso até que me agrada um pouco, mas não fico um dia sem abrir a janela dos fundos de casa e dar uma admirada no meu bom, velho e grande vizinho Morro Santa Teresa.

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:)

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