Lotação: 6 leitores em pé e 4 sentados


24.6.04


Dogville



Eu vi ontem a noite, achei brilhante o filme. O diretor não-muito-conhecido-no-roteiro-comercial Lars von Trier conduz uma trama que se passa numa "calma cidadezinha não muito longe daqui", falando sobre uma tal Grace (Nicole Kidman). Ela se refugia na pacata cidade de Dogville e logo aparecem as consequências disso. O filme é contado em capítulos, com um prólogo, como se fosse num livro. O cenário é um cenário mesmo, como se fosse uma peça de teatro, com marcações no palco e pouquíssimos objetos de cena. Tudo isso para deixar a atenção do espectador voltada para as relações e sentimentos humanos que o filme retrata. A falta de cenário é aparente, mas as portas rangem, o contorno do cachorro late e as personagens "enxergam" a paisagem. Como na leitura de um livro, quem assiste o filme passa a "ver" essas coisas também. No início, Grace é aceita numa espécie estágio probatório de duas semanas, onde os habitantes avaliam a boa-vontade da refugiada. Ela é aprovada e passa a trabalhar um pouco para cada um dos 15 habitantes da cidade. O elenco todo é muito bom e perfeito nos papéis, sem excessões. Depois essa relação fraterno-servil vai se transfomando em outra coisa. Como isso é o filme, não vou entrar em detalhes. Achei uma puta crítica a arrogância ufanista norte-americana, que anda mais acentuada após o strike de september eleven. O filme vale as 3h de duração, cada segundo. Foda é o sono que eu tô...

Ah, o diretor, que já tem uma trilogia ("Quebrando as ondas", "Os idiotas" e "Dançando no escuro"), sobre a bondade, deve lançar outros 2 filmes parar fechar mais uma: Washington e Manderlay.

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