Cola

No meu tempo, colar era uma arte. O melhor era sempre o mais invador. Escrever na borracha, na régua, fórmulas microscópicamente escritas no lápis raspado com estilete, etiquetas coladas por dentro da camisa, trocar de prova, sussurrar, combinar gestos para as letras das opções, "lembretes" na tabela periódica, rascunhos na classe (carteira para os de fora do RS), e por aí vai. A ousadia era aclamada pelos colegas. Claro que aqueles que estudavam mais, o que não era o meu caso, nunca o faziam. Esse tipo de trapaça faz parte da experiência do adolescente e merece perdão. Depois de um tempo, a tecnologia entrou na parada. As calculadoras programáveis entraram no jogo, facilitando muito o nosso trabalho. Tanto que logo foram banidas pelos professores em provas. Talvez alguém tenha usado uma numa prova de história, inocentemente...

Se eu fosse um adolescente de hoje, colocaria um Celular multi-uso na minha wishlist.

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